A partir da proposta da
curadoria de projetar um novo MAM, a Usina se deteve na discussão do espaço e
da utopia moderna nas suas contradições assim que contrapostas ao mundo do
trabalho e da constituição de um modo de produção especificamente capitalista.
Buscando articular as formulações de Walter Gropius para a Bauhaus e Lina Bo
Bardi no Brasil com nosso método de trabalho, retomamos a arquitetura como
processo produtivo e não como produto final.
Neste sentido, frisamos a necessidade de determinação da arquitetura através da aproximação do trabalhador e da comunidade – na medida em que a formação ideológica do capital na modernidade se dá através do ocultamento do trabalho. É nesta fronteira entre o processo de modernização e o de modernidade que buscamos dar luz à contradição entre a utopia e a barbárie. Entendemos que a prática de arquitetura na cidade atual deve partir destes questionamentos, e daí a aposta da Usina no trabalho junto aos movimentos populares como experimentação política de processos de produção renovados. Com estes pressupostos, nossa intervenção no MAM teve como objetivo não apresentar um projeto, mas incentivar o questionamento, elucidar contradições e produzir coletiva e experimentalmente o material da exposição. Realizamos oficinas de fotomontagem – tanto internas como no espaço de exposição – com grupos de jovens, nas quais sobrepúnhamos imagens da formulação utópica moderna com aquelas da realidade da modernização periférica (palco do cotidiano da Usina). A fotomontagem permitia deixar o questionamento à mostra, sem resolvê-lo por conta de sua forma aberta. Nosso espaço no museu foi composto por uma delimitação no chão em papelão com mesa e cadeiras (conformando um local de trabalho); uma prateleira com livros de referência crítica; um painel de lousa no qual escrevemos algumas frases que pretendiam provocar debates; e por fim uma parede livre na qual colocávamos as fotomontagens que foram sendo produzidas nas oficinas ao longo da exposição. |
local
São Paulo – SP linha do tempo
agente organizador e financiador Museu de Arte Moderna de São Paulo atividades desenvolvidas pela usina
escopo do projeto Elaboração de uma resposta artística e arquitetônica para a necessidade de pensar um novo Museu de Arte Moderna para São Paulo equipe Adriana Maiolini, Ana Carolina Carmona, Carolina Laiate, Cecília Lenzi, Fernanda Araújo, Flávio Higuchi Hirao, Graziela Kunsch, Isadora Guerreiro, Kaya Lazarini, Leila Petrini, Leonardo Nakaoka Nakandakari, Pedro Fiori Arantes e Sandro Oliveira principais interlocutores Lisette Lagnado (curadora), Ana Maria Maia (curadora adjunta) e equipe do setor Educativo do MAM |