O convênio assinado entre a Associação de Moradores do Conjunto Casa Branca e a Prefeitura Municipal de São Paulo foi efetivado através do Programa de Mutirão e Autogestão do extinto FUNAPS-Comunitário, que promoveu a construção de vários empreendimentos junto a movimentos sociais.
O projeto da unidade habitacional resultou de uma série de discussões entre a USINA e a Associação, com o objetivo de pensar junto com os futuros moradores do conjunto uma tipologia que contemplasse as necessidades das famílias. A partir deste processo de diálogo, foram pensadas duas unidades habitacionais assobradadas, conjugadas e geminadas. A tecnologia utilizada para a construção das casas – alvenaria estrutural com blocos cerâmicos portantes – foi pensada para otimizar a construção das casas pelos mutirantes. A construção teve início em novembro de 1992 – com a liberação da primeira parcela do convênio –, e foi interrompida em 1993, devido à mudança de gestão da Prefeitura de São Paulo. Com a posse do novo prefeito, as mudanças efetuadas na estrutura da Secretaria da Habitação – associadas ao descaso com os mutirões e acusações de irregularidades nas prestações de contas –, o programa foi paralisado e todos os empreendimentos foram obrigados a passar por uma auditoria junto ao Tribunal de Contas do Município, culminando com a retenção da liberação dos recursos financeiros – o que impossibilitou a continuidade das obras. Com isso, os empreendimentos passaram a caminhar lentamente, acarretando a deterioração das unidades inacabadas e a erosão dos terrenos. Durante a paralisação das obras, a Associação tentou, com grande dificuldade, garantir sua organização e autogestão. Apesar de sofrer um grande desgaste, retomou a obra em outubro de 1996, com a liberação da segunda parcela dos recursos liberados pela PMSP, após a aprovação das contas da Associação pelo Tribunal de Contas, que não constatou nenhuma irregularidade. Na tentativa de recuperar o tempo perdido e dar maior suporte às famílias que há tanto tempo participavam dessa luta, foi feita uma mudança no cronograma da obra para concluir as casas em 3 etapas, da fundação à cobertura, de modo que grupos de moradores pudessem se mudar para as casas ao término de cada etapa. Por fim, a Associação se juntou ao Fórum dos Mutirões da Cidade de São Paulo e conseguiu, a duras penas, concluir o empreendimento. |
local
Guaianazes, São Paulo – SP linha do tempo
agente organizador Associação de Moradores Casa Branca agente financiador Prefeitura Municipal de São Paulo, através do programa FUNAPS-Comunitário atividades desenvolvidas pela usina
escopo do projeto Projeto de arquitetura de 200 unidades habitacionais, em sobrados com duas tipologias conjugadas equipe
principais interlocutores Lideranças: Solange, Cleuza e Rita tipo de canteiro Mutirão autogerido com mão-de-obra assalariada de apoio técnicas construtivas Alvenaria estrutural em blocos cerâmicos portantes, laje pré-fabricada e cobertura em telha cerâmica famílias 200 |